O DuckDuckGo, mecanismo de busca focado na privacidade, continua a crescer rapidamente: a empresa já tem em média 100 milhões de pesquisas diárias, com um crescimento de quase 47% em 2021. Embora esse crescimento seja considerável, o DuckDuckGo ainda possui apenas 2,53% de participação no mercado, atrás de Yahoo com 3,3%, Bing com 6,43% e Google, que possui a parcela dominante com 87,33% do tráfego em mecanismos de busca nos EUA.

Dizendo de forma simples, o governo do Reino Unido está planejando acabar com os direitos à proteção de dados de seus cidadãos. As reformas propostas no paper "Data: A New Direction" (Dados: uma nova direção) mudariam o princípio operativo central das regulações da proteção aos cidadãos (que os dados pessoais só possam ser coletados por organizações "com propósitos legítimos, especificados e explícitos) a um novo princípio de que as organizações devem ter o direito a construir e manter bases de dados sobre os cidadãos sem o seu consentimento.

Nesse artigo nós nos concentramos na cada vez mais popular crítica libertária/pró-mercado que propõe o controle individual, propriedade e a habilidade de transformar seus dados em commodities como uma forma de responder aos esquemas de extração, derivação e exploração de dados conduzidos pelas empresas. Nós criticamos as afirmações de que os mercados de dados pessoais contrabalançam o capitalismo corporativo digital em duas instâncias: em primeiro lugar, esses mercados não funcionam economicamente e portanto são incapazes de responder aos aspectos exploratórios do capitalismo de vigilância. Em segundo lugar, a noção dos mercados de dados pessoais funciona ideologicamente porque ela reduz a crítica do capitalismo de vigilância à exploração de consumidores, mascarando o real objetivo de "capitalistas de dados" como Google, Facebook, Amazon e Apple de não (apenas) explorar o público, mas de criar mundos que criam públicos.

Uma opção para se superar os problemas de privacidade e segurança dos sistemas de confiança tripla e tornar os dados mais utilizáveis para seus titulares é a identidade auto-soberana.

O governo chinês, que construiu uma extensa infraestrutura digital e um aparato de segurança para controlar dissidências em suas próprias plataformas, está indo longe para estender sua "rede de arrasto" na Internet com o objetivo de desmascarar e silenciar aqueles que criticam o país no Twitter, Facebook e outras redes sociais internacionais.