Em um documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários, a Meta afirma estar considerando deixar a Europa caso não possa mais transferir dados de usuários europeus para os Estados Unidos, seguindo a decisão do caso Schrems II. É de costume que os documentos regulatórios declarem de forma preventiva uma série de possíveis riscos futuros, e nesse espírito uma recente declaração financeira da Meta cita uma decisão da Corte de Justiça da UE (em julho de 2020), que invalida uma lei norteamericana chamada Privacy Shield (a qual é mencionada pela Meta como uma das bases legais para suas atuais práticas de transferência de dados).

No meio tempo a Meta afirma que não pretende sair da Europa.

Até recentemente, a maioria dos sistemas de identidade digital eram federados, ou seja, um pequeno grupo de "provedores de identidade" fornecia os indivíduos com uma identidade digital que pode ser utilizada para se acessar outros sites e serviços dentro da federação. Agora nós estamos observando uma mudança para soluções descentralizadas de identidade e ecossistemas abertos baseados em credenciais verificáveis, onde qualquer um pode participar, emitir e verificar.

De acordo com um estudo recente, o YouTube e o TikTok rastreiam os dados pessoais dos usuários mais do que quaisquer outros aplicativos de redes sociais. No entanto, enquanto o YouTube coleta mais dados pessoais para seus próprios propósitos, apresentando aos usuários anúncios mais relevantes, o TikTok permite, na maioria dos casos, que terceiros coletem seus dados -- "e, a partir desse ponto, é difícil afirmar o que é feitos com eles," informa a CNBC.

Quando Lou Montulli inventou o cookie em 1994, ele tinha 23 anos e era um engenheiro na Netscape, a empresa que construiu um dos primeiros navegadores amplamente utilizados da Internet. Ele estava tentando resolver um problema urgente nos primórdios da web: os sites tinham péssimas memórias. Toda vez que um usuário carregava uma página, um site o tratava como um completo estranho. Isso tornava impossível a construção de características básicas da Internet que hoje nós tomamos por certas, como os carrinhos de compras que nos seguem de uma página a outra em sites de e-commerce.

Dentro de dois anos, anunciantes aprenderam formas de, essencialmente, hackear os cookies para fazer exatamente aquilo que Montulli havia tentado evitar: seguir as pessoas por toda a Internet. Eventualmente, eles criaram o sistema de direcionamento de anúncios baseado em cookies que nós temos hoje. Vinte e sete anos depois, Montulli tem algumas preocupações sobre como sua invenção tem sido utilizada - mas ele tem dúvidas se as alternativas a ela seriam melhores.

Uma tese de PhD sobre propriedade de dados (de saúde): Pode-se afirmar que a informação digital é parte irremovível dos cuidados médicos hoje em dia. No entanto, a propriedade legal sobre as informações de pacientes ainda não tem uma base coerente e justificada. A questão é contornada através do controle de informações dos pacientes com diferentes leis e regulações sobre como e por quem essas informações podem ser utilizadas. No entanto, essa questão - quem tem a propriedade sobre as informações dos pacientes - é comumente deixada de lado.

Na França, o uso da Google Analytics foi considerado incompatível com as leis de privacidade da União Europeia -- depois de uma decisão similar ter sido tomada na Áustria mês passado. A autoridade de proteção de dados francesa, CNIL, afirmou no dia 10 de fevereiro que o uso da Google Analytics por um site local não está em conformidade com a Regulação Geral de Proteção de Dados (GDPR, em inglês) da UE - ferindo o artigo 44, que regula as transferências de dados para fora do bloco com países que não possuem proteções à privacidade consideradas equivalentes às europeias. Os EUA não se adequam à essa equivalência por possuírem leis amplas de vigilância que não preveem que não-cidadãos americanos tenham qualquer forma de saber se seus dados estão sendo adquiridos, há quanto tempo estão sendo utilizados ou busquem reparações por quaisquer danos.

Um conjunto especial de editoriais publicados no volume atual da revista Science argumenta que as redes sociais, em seu atual formato, podem estar fundamentalmente quebradas para os propósitos de apresentar e disseminar fatos e razão. Os algoritmos conduzem o espetáculo agora, eles afirmam, e as prioridades do sistema são, infelizmente, retrógradas: "As regras do discurso científico e a avaliação sistemática, objetiva e transparente de evidências estão fundamentalmente em desacordo com a realidade dos debates na maioria dos espaços online. Isso produz o que os autores nomeiam "auto-ordenação homofílica" - aqueles que veem o conteúdo são os mesmos que já são familiares com ele. Em outras palavras, estão ensinando o padre a rezar a missa.